sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Ciência promete prolongar carreira de veteranos e criar jogadores perfeitos

Tecnologia vai diferenciar genes responsáveis por velocidade, resistência e força, identificando talento dos atletas e facilitando a adaptação de treinos

Destaques do Campeonato Brasileiro de 2012, casos como os de Zé Roberto, Seedorf, Deco e Juninho Pernambucano - jogadores que mantêm um desempenho de alto nível apesar de terem mais de 30 anos - podem se tornar cada vez mais frequentes. Baseada em um mapeamento genético detalhado, a Ciência está cada vez mais perto de criar atletas perfeitos e de ajudar a prolongar a carreira de veteranos, evitando a queda de rendimento.

Para regular a performance física dos atletas, pesquisadores do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo, tentam identificar quais genes têm impacto nos resultados dos jogadores.


- A intenção é entender quais são os genes que modulam as funções fisiológicas no organismo, quais favorecem a resistência e quais favorecem a força e a potência muscular. O resultado também serve para identificarmos os genes que modulam a resposta do organismo ao treinamento físico, e isso pode ser utilizado para na reabilitação e na prevenção de doenças cardiovasculares - explica o fisiologista e especialista em genética Rodrigo Dias.

Trabalhando em parceria com os cientistas, membros da Polícia Militar são submetidos a exames de sangue antes e depois de passar pelo treinamento da corporação.

- A partir deste momento, nós conseguimos ter uma comparação do que eles eram previamente e o que eles se tornaram após o treinamento físico em termos de genética.

genética sportv repórter (Foto: Reprodução SporTV) Com a identificação genética, seria possível diferenciar os atletas com talento para praticar esportes que exigem velocidade dos que nasceram para as modalidades em que a resistência é essencial, além de ajudar a previnir lesões.

- Eu acredito que a genética contribuiria para detectar a propensão que o atleta tem de sofrer uma lesão. Nos já conhecemos algumas alterações genéticas que fazem com que um atleta tenha uma recuperação muito mais rápida do que outros - diz Rodrigo.

Com as informações genéticas dos jogadores, os clubes poderiam personalizar ainda mais os treinamentos de seus atletas, valorizando as características de cada um deles e chegando perto de criar o jogador perfeito.

No entanto, a nova tecnologia também poderia ser usada de maneira ilegal, como uma forma de doping. Uma vez identificados os genes responsáveis pela velocidade, força e resistência, seria possível introduzi-los em qualquer jogador para melhorar artificialmente os seus resultados.




     (Foto: Reprodução SporTV)